04 julho 2006

Violência Gratuita Pra Quem Quiser Ver

Sexta-feira, 30 de junho, quase sete da noite. Parado no trânsito, que se formava em uma rua estreita e movimentada do bairro de Casa Forte, de repente sinto um solavanco. Engavetamento com três carros. Fui a segunda vítima. Atrás de mim um Palio Weekend com um senhor e uma senhora e, encabeçando o problema, um homem de cabeça quente que dirigia irresponsavelmente um carro que nem sei qual era, ou melhor, não tive tempo de observar. Esse tal homem, depois que fez a tal merda, desceu de seu tal carro e, aos gritos, já mostrou logo que não ia assumir facilmente uma culpa que, obviamente, era sua. Primeiro ele resolveu agredir verbalmente o senhor do carro que estava imediamente à sua frente. Ele começou reclamando do gancho (desses de puxar reboque) que tinha no carro, dizia que era proibido pela lei de não sei quando e coisa e tal. Logo ele pegou o celular, ligou não sei pra onde, e começou a descrever o ocorrido. Parecia que ele era a vítima e nós tínhamos feito a tal merda. Nesse momento não resisti em catucar a fera e disparei: “Meu caro, baixa a bola que você tá todo errado”. Claro que o “grosso” não concordou e continuou a berrar ao telefone e para quem estava por perto. Passados poucos minutos do ocorrido, várias pessoas já assistiam à cena nas calçadas da rua estreita. E lá estavam, eu, o senhor e a senhora, que mais pareciam culpados de tudo que estava acontecendo. E o escândalo continuava. O “escroto” descrevia a cena, marca dos carros, placas e ainda queria os nomes das vítimas, que para ele eram os culpados. Foi uma gritaria danada e, como sou cabeça quente, comecei a baixar o nível. “Ei palhaço, que queixão é esse? Tás todo errado e ainda fica falando merda”. Ele retrucava, sem desligar o celular mas não parava de nos acusar ao telefone. Vendo que essa situação não iria se resolver muito fácil, tratei de verificar qual era meu prejuízo, que para minha sorte foi nenhum (apenas um discreto amassão na placa). Sendo assim, cheguei próximo ao senhor e pedi pra que ele anotasse meus telefones, falei que seria sua testemunha contra aquele puto. O senhor quase não falava, parecia assustado. A senhora apenas reclamava de uma dor nas costas, consequência do solavanco que levou na batida. Logo depois o tal palhaço desligou o celular e veio para nosso lado. Com a mesma banca, insistia em gritar como se fosse vítima do acontecido. Pra completar ainda teve audácia de perguntar meu nome: “Meu nome um caralho!”, respondi no mesmo tom. Então falei pro casal: “Eu vou embora, não vou ficar vendo esse palhaço gritando”. A senhora, nervosa, entendeu e até agradeceu pela minha ajuda. Mas ele não aceitou e começou a gritar dizendo que eu não podia ir embora. “Eu vou sim, pra minha sorte você não amassou o meu carro, seu merda!”, gritei. Nisso veio o inesperado. O filha da puta apontou o dedo na minha cara e falou: “Você não tem medo de levar um tiro na testa?”. Por frações de segundo refleti pelo que ele tinha dito. Imediatamente a senhora voltou a insistir que eu fosse embora. Mas ele não satisfeito completou: “Você vai levar um tiro na testa é agora!”, e saiu correndo em direção a seu carro. Agora, tudo que lembro é que todo mundo gritava pra que eu entrasse no carro e sumisse. Gritava a senhora, o senhor e as pessoas que assistiam tudo na calçada. De tão assustado, tenho “flashes” de lembranças desse momento, apenas tenho certeza da gritaria. A senhora me empurrou pra dentro do carro, eu liguei e saí em disparada. Na verdade, contornei o quarteirão e parei para tremer e ligar para a polícia. Contei toda a história e fiquei aguardando uma viatura que não chegou, ou pelo menos, desistí de esperar. Soube na segunda-feira, 03 de junho, que o palhaço saiu do local logo depois gritando que ia atrás de mim pra me matar. O senhor, com quem deixei meu telefone, me contou esse detalhe, ele é advogado e se preocupou em me ligar pra contar o desfecho da história. Falei pra ele que não valia a pena, mas ele disse que vai levantar a ficha do desgraçado com a ajuda de um amigo delegado. É assim que surgem aquelas manchetes de jornal: Briga de trânsito acaba em tragédia. Agora vejo que realmente é mais simples do que eu pensava. Pra acontecer uma desgraça dessa basta cruzar com um filho da puta como este.

6 comentários:

Anônimo disse...

Sempre existe alguém querendo fazer algum mal a alguém. Seja conhecido ou desconheciso,mas o importante é que ... acima de tudo existe DEUS ... e a cada dia eu tenho essa certeza. Beijokas!

betita disse...

conta uma coisa boa.

Anônimo disse...

uma coisa boa? ...
amo tu!! hehehehehe
chêro

betita disse...

que coisa maravilhosa...chêro

Anônimo disse...

Não...isso foi inacreditável...vc ia me contando e eu, sem acreditar...ainda bem que deu tuudo certo, minha coisa tão querida.
beijo

Anônimo disse...

Brigado a todos que escreveram aqui, no orkut, no e-mail e até ligaram pra mim assim que souberam desse perrengue que passei! amo vcs!!