29 junho 2006

Um Quase Anunciado

Encanto que se fez sentir com vontade própria
Inexplicável, senhor da situação
Encontro provocado, articulado
Um ideal quase nítido
Uma imagem criada, cultivada em silêncio
Desencontro, expectativa
Hiato e reencontro
Uma lembrança ainda vívida
Um sorriso contido, esperado
Que tomou seu espaço com tamanha facilidade
Talvez inconsciente de seu poder
Portas abertas
Sincronia de aparência tão certa
Descoberta que deságua em cotidiano
Momento que se arvora em presença
Sentimento vivo, sem rédeas
Fez-se em casa com a propriedade de quem não pede licença
Com o amparo de uma permissão calada, consentida
Com o aval cego de quem ignora o peso traiçoeiro da efemeridade
E assim criou-se sem força, com o andar cambaleante, com pernas frágeis
Receosas por um fim anunciado que se aproxima
Inevitável e tão ciente de seu lugar
Verdade não dita, sufocada, camuflada
Máscara caída e revelada como se já conhecida
Ausência precipitada
Quase prevista, quase sentida
Quase presente todos os dias.

por Lorena

2 comentários:

Anônimo disse...

Neguinha... tu demorou visse... quase não saía... mas qdo resolveu escrever botou pra lascar!! Seu Quase é tudo e como você disse... é um exorcismo!! chêro pra tu!!

betita disse...

Não somos padres, nem pais de santo, mas podemos esconjurar o mal que chegar fantasiado de anjo. Não que seja fácil. Às vezes é quase impossível, mas acreditando no humano, como eu acredito, tenho certeza que a transformação acontecerá.
Face do falso anjo será velada com sorrisos largos.