11 maio 2007

Close To The Bone

acordo e durmo debaixo da pele,
sobre a crosta da terra, com camadas de cidades enterradas

movimento películas e superfícies entre outras películas e
superfícies quando saio à rua, ou quando me encosto no parapeito
desta janela que sedespede da noite

acordo e durmo entre membranas impalpáveis, com enzimas,
autoregulações e imponderáveis combustões

metabolizo rostos e teorias em meio à confusão de lembranças
depropositadas, entre secreções sebáceas, tubos,
alvéolos e histórias acumuladas

por vezes sinto esse torvelinho dentro da barriga,
e não sei se é fome ou lembrança de fome,
ou se são movimentos espontâneos da voracidade do vazio

nem sei que tipo de limite representa a pele,
se me separa da madrugadaou me une a ela

se o frio que sinto nesse vidro me pertence ou sou eu que pertenço
ao frio ou ao vidro, ou se o ponto em que tudo se entrelaça surge
apenas para desaparecer

sei apenas que sou permeável a esta manhã que desaba seus vermelhos
por prédios e morros, por muros e árvores

por Caio Meira

2 comentários:

Unknown disse...

Amigo ...
Como sempre descrevendo, assim como a cada dia que surge ... um novo sentimento!
Escrito como um poeta em seus delírios, maravilhosos, durante a boêmia!
Desses poemas que muitas vezes, até o mais culto não consegue descobrir o oculto.

Saudades de tu ...!

Unknown disse...

Amigo ...
Como sempre descrevendo, assim como a cada dia que surge ... um novo sentimento!
Escrito como um poeta em seus delírios, maravilhosos, durante a boêmia!
Desses poemas que muitas vezes, até o mais culto não consegue descobrir o oculto.

Saudades de tu ...!