18 maio 2006

Um Morto Pula A Janela

“Bem, o sofá passara no teste, e eu adorava que me acariciasse o peito, que se enlaçasse no meu pescoço, que me fizesse cafunés na nuca enquanto nos encharcávamos com um beijo escandaloso, volúpia amanhecida, que só poderia terminar na cama e em mais além do que se pudesse esperar de um sonho interminável e um reconhecimento do céu palmo a palmo, pedra sobre pedra em um castelo de prazer que pouco importava
se desmoronasse porque para isto fora feito e bastaria um dedo correndo sobre a pele para que se erguesse em forma de nuvem e chovessem flocos por todo o tempo do mundo e mais duas ou três eternidades de todos os santos, amém.”

Trecho do romance Um Morto Pula a Janela (1991) de Nei Lisboa.

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